Cuidado com os fogos de Artifícios

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Doroty

Ontem, logo após deixar o "Pracinha" internado no HV, precisei tomar uma triste e dolorosa decisão, em conjunto com as veterinárias que atendiam a nossa Doroti.Optamos em conjunto por fazer eutanásia.
Ela sofria de uma cardiopatia irreversível, sofria tanto de falta de ar, que duas ou três vezes ao dia precisava de oxigênio, e por pouco não perdia os sentidos ou morria asfixiada.
Ela foi encontrada, numa noite chuvosa de sábado, há uns seis meses atrás, enroladinha na beira da pista de uma rodovia, se um carro saísse para o acostamento, ela seria fatalmente atropelada.
Preocupada com a tosse que não cedia e ela tendo permanecido por dois dias em uma casa onde não havia cães, encaminhei a Doroti ao HV. Ficou internada na CTI todos estes meses, numa gaiolinha pequena demais para poder se movimentar o suficiente, nem mesmo aos passeios ela podia se submeter, passava mal.
Fizeram tudo o que puderam. Experimentaram diversas medicações, nada resolveu.
Idosa, doente, nem ao menos um atrativo, algo que encantasse alguém...quem iria querer a coitadinha?!
E para onde levá-la?
Infelizmente é assim, precisamos agir com a razão, e deixar nossa emoção de lado, optar pela frieza, pondo o amor incondicional que sentimos em xeque.
Carinhosamente me desculpei e me despedi...ela me olhava sôfrega, enfiada naquela gaiolinha que foi seu lar por tanto tempo.
Com lágrimas nos olhos voltei pra casa, na esperança de que um dia, mesmo que seja num futuro distante não sejamos nós que tenhamos que tomar estas decisões, que os que se dizem donos façam isso eles mesmos, com dignidade e respeito e com a mesma coragem que me é necessário arranjar, ás vezes as pressas.
Ela foi abandonada por ser idosa e muito doente, e por estes mesmos motivos eu autorizei sua morte. Morte digna, descanso...mas morte.
Peço a Deus às vezes um pouco mais de covardia, aquela de ir embora e deixar um atropelado, um agonizante, um filhote... ele nunca me atendeu, e pelo jeito não vai atender jamais!
Adeus querida amiguinha, espero que exista mesmo pra vocês um local de paz, muito diferente deste mundo repleto de pessoas egoistas e insensatas, em que vivemos.
Muito obrigada às veterinárias Luciane Melatti e Heloisa Barcellos, pelo carinho, respeito e dedicação com que cuidaram da pequena Doroti.
Diane

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"Não comer carne significa muito mais para mim que uma simples defesa do meu organismo; é um gesto simbólico da minha vontade de viver em harmonia com a natureza. O homem precisa de um novo tipo de relação com a natureza, uma relação que seja de integração em vez de domínio, uma relação de pertencer a ela em vez de possuí-la. Não comer carne simboliza respeito à vida universal." Pierre Weil
"A questão não é a de saber se o animal pode pensar, raciocinar ou falar... a questão é: Eles podem sofrer?” Jeremy Bentham
 
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