Cuidado com os fogos de Artifícios

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Associação Amigo Bicho

Não aos Abrigos.
Maria de Lourdes Secorun Inácio

Diretora Executiva  da Associação AmigoBicho


A Associação Amigo Bicho está voltada para a luta em prol do bem-estar dos animais, mas isso não é tudo. Nossa entidade visa promover uma interação homem-animal cada vez mais plena, o que significa:


A realização de aproximadamente 700 cirurgias de castração; com dois anos de atendimento; participação em workshops e demais eventos de Proteção e Bem-Estar Animal para adquirir conhecimento que auxiliem na melhoraria da qualidade de vida dos animais; intervenção em órgãos públicos visando um comportamento mais favorável ao bem-estar dos animais; manifesto e atos públicos, sensibilizando a sociedade e a mídia para a conscientização dos direitos dos animais; realização de oficinas sobre Educação e Direito Animal.
Não se pode observar a questão dos animais sem inserí-la num contexto ambiental mais amplo. Cabe lembrar que os cães e gatos fazem parte do meio ambiente urbano. Assim, é preciso desenvolver políticas públicas que visem a harmonia desse ambiente, e estas não podem deixar de contemplar a questão dos animais domésticos. Isso significa efetuar o controle populacional desses animais, promover campanhas de vacinação maciças e conscientizar a população sobre a necessidade de manter seus animais corretamente tratados e domiciliados.

A Associação Amigo Bicho luta pelos direitos dos animais. Somos contrários a qualquer ação que cause sofrimento ou dor a seres vivos, tais como: o uso de animais em circos, rinhas, rodeios, touradas, vaquejadas, farra do boi, corridas de cães e outros "espetáculos (!)" dessa natureza; vivissecção - uso de animais vivos em experimento; exploração do trabalho animal (a exemplo do que ocorre com os cavalos de carroça nos centros urbanos); métodos cruéis de criação e abate de animais de consumo; comércio de animais entre outros abusos.

A Associação Amigo Bicho é uma ONG que NÃO POSSUI ABRIGO E NÃO RECOLHE ANIMAIS, pois foca suas atividades em educação, conscientização, esterilização e posse responsável. Somente com o fortalecimento dessas frentes de trabalho o problema de superpopulação de animais poderá, a médio e longo prazo, se estabilizar.

A Associação Amigo Bicho não tolera práticas cruéis no trato com os animais e muito menos pensa em extermínio quando a situação foge do controle visando apenas benefícios ao ser humano. As soluções para os problemas devem levar em conta a necessidade de sensibilizar e educar a sociedade para a convivência respeitosa com os demais seres. Uma nova consciência deve ser implantada: a de que TODOS os seres têm direito à vida, a liberdade e à expressão de comportamentos próprios de cada espécie. Portanto, devem ser tratados com DIGNIDADE. A visão antropocêntrica faz com que os animais sejam relegados a “coisas”. A coisificação, na história da humanidade deixou como legado uma mancha que esperamos jamais seja apagada da memória dos seres humanos.

Para que nunca mais se repita.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) a eliminação de animais não gera resultados significativos na densidade das populações caninas e felinas. A renovação é muito rápida e a taxa de sobrevivência se sobrepõe à de eliminação. Informe Técnico publicado em 1992 apontou que os métodos aceitáveis para o controle da população de animais são: programas educativos para a posse responsável, esterilização em massa e controle dos criadouros e da comercialização de animais.

Além disso, faz-se necessário à implantação de medidas de coibição a maus tratos através de ações educativas visando mudanças de valores e atitudes, de conscientização da população para uma convivência harmoniosa com os animais. Através dessa postura mostramos porque somos contrários à criação de Abrigos, dessa forma levantando a seguinte questão:

Que tipo de proteção está se dando a esses animais?
Qual exemplo se está oferecendo à sociedade quando se aprisiona por tempo indeterminado, recebendo somente alimentação e medicamentos de funcionários que mal conseguem tocá-los quando estão na tarefa diária de limpeza e higienização de seus compartimentos?
Qual a resposta positiva esta sendo dada quando se questiona e exige-se da sociedade um comportamento digno com os animais, se, mantendo abrigos, alimenta-se o descaso dessa mesma sociedade que acredita ser lá o final de seus problemas?
Os abrigos de animais brasileiros, na sua maioria, são “sonhos” de pessoas que nutrem pelos animais um sentimento de piedade e de inconformismo ao perceberem a indiferença das autoridades e da sociedade em geral.O abandono de animais e as suas conseqüências impulsionam essas “alternativas” (abrigos improvisados) que acabam se transformando em locais desordenados pelo excesso de animais, ultrapassando sempre a sua capacidade, prejudicando assim a qualidade e o bem-estar dos animais o que muitas vezes podem configurar em maus tratos contrariando o Art. 32 da Lei 9605/98, também prejudica a qualidade de vida dos cuidadores e funcionários. Por fim, deve-se implantar como diretriz o estrito cumprimento da Constituição federal em seu Art. 225 que preconiza o direito a um ambiente ecologicamente equilibrado e o dever da sociedade e do poder público de defendê-lo e preserva-lo.

Ao invés de medidas paliativas a entidade propõe ações continuas que deverão ser adotadas:
-Realizar campanhas permanentes de esterilização de cães e gatos, vacinação contra raiva e doenças espécies específicas;
- Promover a conscientização das pessoas no sentido de não estimular a construção de novos abrigos, por acreditar que essa prática não faz parte da solução do problema de animais abandonados;
- Estimular a sociedade para a adoção de animais, Sem Raça Definida e adultos, em eventos de adoção existentes na cidade, em lares de passagem e no abrigo. - Realizar campanhas de conscientização para a posse responsável, por meio de palestra em escolas públicas e particulares;
- Atuar no Movimento de Proteção aos Animais na cidade de Passo Fundo, mobilizando a sociedade em defesa dos animais e pelos direitos dos cidadãos;
- Prestar atendimento ao público, com informações e orientações sobre como atuar em casos de maus-tratos, abandono etc.
- Os protetores devem ser tranqüilos, zelosos e atenciosos com a população e animais, pois a postura da entidade torna-se exemplo para a comunidade de uma relação harmoniosa com os animais.

-Esterilização e soltura - os animais aparentemente sadios sem proprietário, mas aceitos pela população local (animais de comunidade) podem ser recolhidos, esterilizados cirurgicamente, vacinados e iniciado o programa de desverminação (com a primeira dose, que deverá ser completada pelo responsável pelo monitoramento do animal) e soltos no mesmo local. Esses animais devem ser monitorados periodicamente para averiguar se não estão expostos a riscos diversos, como atropelamentos, brigas, doenças infecto-contagiosas e outros agravos ou colocando em risco a saúde humana e a de outros animais ou comprometendo o equilíbrio do meio ambiente em que estão inseridos.

A Associação Amigo Bicho acredita que educar é infundir e implementar a formação de uma cultura de respeito a vida. Somente com uma mudança de paradigmas será possível a formação desta cultura.

Assim, educar significa criar, influenciar, compartilhar e consolidar mentalidades, costumes, atitudes, hábitos e comportamentos que decorrem de valores essenciais que devem ser mudados e colocados em prática.

Portanto não estamos nos posicionando “contra” apenas por mero capricho e sim porque acreditamos que podemos ser agentes modificadores de comportamentos e hábitos que têm se mostrado falhos no que envolve a questão do bem-estar animal.

Fontes consultadas:
Ética & Animais (Carlos Naconecy)
Site WSPA Brasil
Site Clube dos Amigos dos Animais (Sta Maria)
"Não comer carne significa muito mais para mim que uma simples defesa do meu organismo; é um gesto simbólico da minha vontade de viver em harmonia com a natureza. O homem precisa de um novo tipo de relação com a natureza, uma relação que seja de integração em vez de domínio, uma relação de pertencer a ela em vez de possuí-la. Não comer carne simboliza respeito à vida universal." Pierre Weil
"A questão não é a de saber se o animal pode pensar, raciocinar ou falar... a questão é: Eles podem sofrer?” Jeremy Bentham
 
Associação Amigo Bicho - CNPJ 10.866.350/0001-99 - 2009