Cuidado com os fogos de Artifícios

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Mancha

                                               Segunda-feira, 27 de julho de 2009

                                          
Esse jovem rapazinho é um carinha muito amigável.
Ele foi encontrado magrinho no início do inverno e ganhou comida, vermífugo, uma casinha, só que provisória.
Onde ele está não é lugar pra se morar, é um lugar de trabalho, então, como ele é de pequeno porte, está a espera de um lar para ser seu.
Ele já foi castrado e é um excelente parceirinho.

                                            Óbito.
Amigos.
O Mancha era cuidado por nossa amiga Dóris, protetora independente que cuida de dezenas de cães, principalmente em repartições públicas aqui em PF.
Ela não recebe ajuda alguma, tudo o que os animais necessitam sai do bolso dela (cirurgias, internações, esterilizações, ração) além é claro de contas de telefone e gasolina.
Não há verba pública, não há ajuda vinda de ninguém.
Nós da AB ajudamos comprando ração através do nosso CNPJ e eu particularmente a ajudo a cuidar deles quando ela viaja ou fique doente.
Essa semana foi terrível, a Dóris com crises fortissímas de labirintite e eu me recuperando de cirurgia dentária, as duas de "arrasto" limpando e alimentando os bichos no calorão...
Ontem dia 09.02.10 foi um dos piores dias que enfrentei ao lado dela. Encontramos o Mancha pendurado num barranco ao lado da casinha onde estava amarrado.
Este local é horrível, pouca sombra e muito calor no verão e no inverno terrivelmente frio e embarrado, os animais são constantemente abandonados lá, as vezes são agredidos, atropelados e mortos.
A Dóris mora longe deles, precisa percorrer cerca de 12 km uma vez ao dia para levar comida, medicação e verificar como estão seus assistidos.
Ela não é aposentada, precisa trabalhar para o seu sustento e o deles.
Ela conta apenas com a boa vontade de alguns funcionários do local. Uns jogam algum restinho de comida, cuidam para não passar por cima com os caminhões. Outros tem a capacidade até de roubar as coleiras e correntes que ela compra.
Aguenta tudo isso e não pode sequer reclamar, precisa engolir o choro muitas vezes.
Recebe ameaças, xingamentos. Ameçam de morte os animais que nem dela são, mas que amorosamente acolheu e seu coração bondoso não consegue abandonar.
Muitos são velhos e precisam de medicação diária, estes ninguém vai adotar.
Os mais novos e mais bonitos, através de um esforço conjunto procuramos doar.
Deixo aqui meu relato, minha indignação com aqueles que abandonam animais e com aqueles nos quais depositamos nossa confiança de ter dias melhores, não para nós, mas para estes e tantos outros abandonados à própria sorte, que só podem contar com "algumas Dóris", que fazem o que fazem por amor verdadeiro, não almejam nada para si, não tem pretensões políticas nem financeiras.
Nos despedimos juntas do Mancha, pedimos perdão a ele por chegar tão tarde, perdão por não ter percebido que a chuva derrubaria o terreno, perdão por ficar doente e não ter mais ninguém para assisti-los se a Dóris faltar.
Fizemos um túmulo de pedras para ele, bem longe no campo, onde repousam outros amiguinhos da Dóris.
Diane


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"Não comer carne significa muito mais para mim que uma simples defesa do meu organismo; é um gesto simbólico da minha vontade de viver em harmonia com a natureza. O homem precisa de um novo tipo de relação com a natureza, uma relação que seja de integração em vez de domínio, uma relação de pertencer a ela em vez de possuí-la. Não comer carne simboliza respeito à vida universal." Pierre Weil
"A questão não é a de saber se o animal pode pensar, raciocinar ou falar... a questão é: Eles podem sofrer?” Jeremy Bentham
 
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