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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

SOS Santa Catarina - Notícias de Ilhota - SC

Quarta-feira, 10 de dezembro de 2008


1ªEQUIPE DE SOCORRO AOS ANIMAIS ENTRA NA REGIÃO CONSIDERADA ZONA VERMELHA DO ALTO BAÚ EM ILHOTA

Dia 08.12.2008, a primeira equipe civil autorizada a percorrer por terra a região de Ilhota entre Baú Central e Alto Baú, a área mais afetada pela catástrofe que se abateu sobre o Vale do Itajaí, era composta por 3 membros do Instituto Ambiental Ecosul/WSPA, 1 veterinário voluntário da ApraBlu, a fiel e competente Nina, cadela Labradora treinada para farejar pessoas ou corpos em catástrofes e seu adestrador.

Escoltados por 7 Bombeiros Voluntários de Navegantes, sob o comando do Comandante Ricardo, tinham como objetivo alimentar e prestar atendimento veterinário de emergência nos animais deixados na região durante o resgate dos moradores. A missão principal dos bombeiros era localizar os 4 corpos que ainda encontram-se desaparecidos na região.

A jornada iniciou às 9:00 horas junto à igreja de Baú Central, último ponto onde o acesso de veículos é possível e terminou no mesmo local à 19:00 horas, durou 10 horas, 6 de ida e 4 de volta. A ida foi mais demorada pois todas as moradias foram vistoriadas, os animais alimentados e aqueles que necessitavam foram tratados pelo veterinário membro da equipe.

Certamente ninguém que sobrevoou o local ou teve acesso de helicóptero apenas á região do Alto Baú onde foi instalado o ponto de pouso para resgate das pessoas, teve a exata noção e visão do que ocorreu naquela região. O cenário é desolador, dantesco e indescritível. O rio mudou seu curso várias vezes, são dezenas de deslizamentos, moradias destruídas, a estrada existe apenas em alguns pequenos trechos, os obstáculos para se percorrer os em torno de 10 kms. que ligam Baú Central ao Alto Baú são de toda ordem.

O risco era iminente. Atravessamos o rio várias vezes seguros uns aos outros, algumas vezes com água pela cintura ou com lama até as canelas, abrindo caminho entre árvores e raízes arrancadas e escalando ribanceiras e rochas.

Um bombeiro se feriu na perna e o adestrador foi atingido na cabeça por um galho de árvore. Ambos foram medicados também pelo veterinário.

Cada um dos bombeiros levou alem de alguns utensílios próprios para o trabalho, um saco de ração em sua mochila. Os 3 ativistas do Ecosul/WSPA e o adestrador de cães se revezavam levando dois sacos de ração de 8 kgs. e o veterinário carregava um kit completo de instrumentos e medicamentos para todo tipo de emergência que pudesse surgir.

Cada um levava água, chocolates, barras de cereais e bolachas.

Desde o inicio do trajeto, eram encontrados animais de toda a espécie. Os cavalos, bois e vacas, porcos e aves se alimentavam de pasto e outros recursos naturais. Salvo algumas exceções, a maioria dos cães não aparentava desnutrição e ao ser deixada ração onde se encontravam, não comia desesperadamente.

Os bombeiros informaram que numa busca anterior já tinham levado ração e deixado em pontos estratégicos onde os animais pudessem ter acesso e nas moradias onde haviam cães, bem como soltaram todos os animais que puderam.

Pudemos observar que mesmo estando livres, os cães não abandonavam as casas e permaneciam fiéis, de guarda, latindo e tentando impedir nossa aproximação.

Em algumas residências não foram encontrados cães, porém e todas aquelas que os tinham, em apenas uma foi encontrado apenas um. Em todas as demais, haviam 2 ou mais e em apenas uma visualizamos um gato. Nesta, o proprietário Sr. Ivo se encontrava alimentando seu gado, galinhas e 5 cães. Perguntado se precisava de ração ou algum tratamento para os animais, respondeu que não. Aceitou um saco de 1 Kg. de ração para o gato e informou que de dois em dois dias voltava ao local para tratar seus animais e os de seu genro mais acima.

Numa residência, entre porcos e galinhas, encontrava-se um cão mestiço de pastor alemão preso a uma corrente e próximo, um coelho morto. Ao examinar o cão, o veterinário encontrou alguns bernes, um já quase bicheira na região anal. Foi tratado, vacinado e solto, tendo acompanhado a equipe na ida e volta. Nesta residência havia um coelho morto próximo ao cão acorrentado.

Em outra residência, entre porcos e galinhas havia um galo morto, um cão morto sob um carro na garagem e 2 cães vivos. Um deles estava muito magro e com uma bicheira enorme na região da anca. Foi tratado e vacinado e deixamos bastante ração no local. Ao vistoriar o galpão, foram encontrados dentro de uma caixa d água vários sacos de ração para aves e porcos. Alguns sacos foram despejados no pátio para estes animais.

Muitos cães encontravam-se infestados com carrapatos e receberam uma dose de Ivomec como preventivo.

Estamos liberando as primeiras fotos do trabalho, de autoria do Airton Ferreira da Silva

e do Paulo Witoslavski do Ecosul.





















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"Não comer carne significa muito mais para mim que uma simples defesa do meu organismo; é um gesto simbólico da minha vontade de viver em harmonia com a natureza. O homem precisa de um novo tipo de relação com a natureza, uma relação que seja de integração em vez de domínio, uma relação de pertencer a ela em vez de possuí-la. Não comer carne simboliza respeito à vida universal." Pierre Weil
"A questão não é a de saber se o animal pode pensar, raciocinar ou falar... a questão é: Eles podem sofrer?” Jeremy Bentham
 
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